Sigo com textos a respeito do que aconteceu na Festa Literária de Paraty 2011; agora com uma postagem mais voltada para a produção independente, que também teve - e sempre tem - grande força no evento através da OFF-FLIP. Este ano, inclusive, houve uma adição interessante ao circuito - e infelizmente só a descobri mais próximo do final da festa: o Clube de Autores esteve presente em Paraty com uma casa só sua e com mesas voltadas para a produção independente. Tenho de admitir que para mim foi uma surpresa muito agradável ver que o site investiu para ter não só uma presença no evento como também para discutir com novos autores (que publicam com eles ou que estavam na FLIP) e dar a eles informações e espaço num momento tão importante para a literatura nacional.
Aos que não conhecem o site, o Clube de Autores é um espaço que permite ao usuário montar seu livro pela internet e vendê-lo. É uma ferramenta muito interessante, principalmente se for bem usada pelo novo autor - há casos de escritores que começaram no site e conseguiram publicar até mesmo em Portugal. Enfim, não me alongarei mais sobre a ferramenta. Quem quiser saber mais detalhes, dê uma olhada numa postagem antiga aqui do blog que disseca as vantagens e desvantagens do Clube: Publique seu livro de graça.
Agora, voltemos aos eventos que ocorreram na casa, todos focados na produção independente. Em primeiro lugar, foi bem legal ver que a poesia teve um espaço considerável, algo bem raro de se ver, especialmente no circuito oficial da FLIP. Foi discutida a importância da poesia no mundo literário e também o seu lugar, assim como os novos métodos de "distribuição" desta arte. Naturalmente, acabou-se voltando também para o papel da internet nessa pequena, como eu considero, revolução para os poetas. Ao meu ver, é por intermédio dos blogs que eles podem hoje começar a se conectar com os seus leitores.
Houve outras mesas interessantes também, que davam dicas aos autores sobre como se auto-divulgar, algo que é, sem sombra de dúvidas, o grande desafio para o novo escritor, principalmente aquele que publica de maneira independente. Afinal, se ninguém souber que o seu livro existe, que o seu trabalho existe, como esperar que haja interesse em adquiri-lo? Isso porque, como todos nós sabemos, aparecer por intermédio das estantes das livrarias é praticamente impossível para um novo autor.
Enfim, foram eventos muito legais, que terminaram com uma discussão extremamente importante. Tratou-se de uma reunião entre autores para se discutir novos meios de garantir benefícios àqueles que estão começando junto à sociedade e também ao governo. Novamente, digo que foi uma atividade bem única e importante; primeiro por ter criado mesas até então escassas na período da FLIP; e segundo por ter ocorrido mais num clima de "comunidade de autores independentes" do que de uma maneira vertical, sem uma participação tão efetiva dos escritores do site.

Quer meu livro de graça? Assine minha newsletter e venha conversar comigo!
Além disso, a newsletter é para ser algo mais pessoal, nela vocês podem responder e conversar diretamente comigo. E eu ainda pretendo enviar uma série de textos exclusivos por lá, sendo alguns mais pessoais, alguns capítulos antecipados de livros que serão lançados, assim como alguns e-books gratuitos.
10 Comentários:
Como sempre, suas postagens fazem sucesso na minha lista de favoritos.
Léo, é bom saber que a independência literária está cada vez mais crescente, e que, uma hora ou outra, editoras e mais editoras irão valorizar esse mercado.
Bjão da Gisa! :)
Valeu Gisa, legal que curtiu a postagem =)
Gisa,
Se as editoras valorizarem esse mercado, ele não deixará de ser independente?
A não ser que você fale em valorização de escritores que se destaquem no mercado independente. Mas até aí, nenhuma novidade.
Acho que ela se referia a se valorizar novos autores e brasileiros, de uma maneira geral. O mercado independente obviamente continuaria a existir, mas ele quis dizer que as editoras poderiam dar mais espaço aos autores nacionais. Isso vem acontecendo aos poucos, mas ainda podia ser melhor.
É exatamente isso que o Léo disse. Os escritores independentes não são o que são por que desejam ser.
Quem deixaria a chance de entrar para o mercado, simplesmente por que gosta de ser independente? Acho que não entraria nesse caso.
A independência literária sempre vai existir, pois não existe mercado para atender todos os escritores (pelo menos atualmente).
Então, seria ideal que o mercado enxergasse o valor que a literatura brasileira tem, mesmo as que são independentes, entendeu?
Bjs da Gisa! :)
Independente é o escritor que, independente de qualquer coisa, quer mesmo é ser conhecido e vender livros. Logo...
Olha, você até pode afirmar que a maioria dos escritores não queira ser independente. Todos é que não. O Marcelino Freire foi publicado pela Record, tem nome para ser publicado por qualquer grande editora brasileira, e decidiu publicar O Amor Custa Caro por um selo independente, a Edith.
Mas dependendo do tipo de livro e do nome da pessoa, a publicação independente é até melhor (em termos financeiros). Com o nome que ele tem, não será difícil colocar, mesmo numa publicação independente, o livro nas livrarias.
Exatamente.
Existem vários poréns, talvez, o autor prefira ser independente pois a antiga editora não tenha agradado, sei lá.
O fato é que, um escritor iniciante, como nós, que vai precisar ralar muito para fazer (e vender!) sua publicação independente pode até gostar disso, mas não vai ficar nisso a vida inteira.
Como uma dessas entrevistas que o léo fez. A Autora, de forma independente, vendeu muito, e a experiência vai valer para a vida toda...Mas tenho certeza que ela vai preferir passar a ter uma editora, que ficar o resto da vida como autora independente..
Sei lá. rsrsrs
Bjs da Gii!
É difícil de qualquer jeito! A dificuldade maior é a divulgação. Para quem é tímido, então...
Postar um comentário
Participe você também. Sinta-se convidado a postar as suas opiniões. Com a sua ajuda, o blog se tornará ainda melhor!