Numa bela paisagem, podemos sentir o mundo. Podemos experimentar, mesmo que momentaneamente, os seus mais profundos segredos, como se eles repousassem, quase estáticos, por de trás de uma tênue névoa de misticismo e de tranquilidade.
Estar ali, é estar presente, sentindo a natureza: os ecos e os silêncios de muitas vidas, de muitos seres, de muitos tempos. É sentir na própria pele aquela calmaria e aquela sensação de paz e de liberdade. Pois, às vezes, tudo o que é preciso é uma bela paisagem; para se esquecer dos problemas - ou para notar que eles talvez nem sejam tão relevantes assim, para notar que eles pouco significam diante da magnitude do mundo.
E, muitas vezes, esse mesmo mundo nos sufoca, empurra-nos a agir, a absorver uma quantidade monstruosa de estímulos e de informação. E, assim, ficamos cegos, vivemos saltando de estímulo a estímulo, de problema a problema, de situação a situação, sem sabermos o que fazer, e sem pararmos para pensar. Aquela sucessão infinita de experiências que nos sufoca, que nos dessensibiliza e que nos faz, de uma hora para a outra, nos vermos perdidos, fatigados, como se pouco ou nenhum controle realmente tivéssemos sobre nossas vidas.
No entanto, diante de uma bela paisagem, mesmo que por um instante, as coisas mudam: sentimos que tudo pode, e deve, ser diferente. O silêncio do mundo, a tranquilidade, a calmaria - aquela pausa para um respiro que nos mostra como passamos, em muitas ocasiões, dias, semanas e até mesmo anos sem levantar a cabeça, sem parar para descansar e apenas observar, apenas sentir e deixar que o corpo e que o mundo nos regenerem, naquela leveza e naquela lentidão harmoniosa que apenas os momentos de paz são capazes de nos proporcionar
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