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Essa talvez seja a questão que mais me incomoda no momento. Qual a razão para que acreditemos em alguma coisa mesmo quando a lógica nos diz que estaríamos errados? E por que às vezes não acreditamos quando esta mesma lógica nos afirma que determinado pensamento ou crença está logicamente correto?
O que quero dizer é que, em geral, quando o assunto tratado se remete a nossa vida, ao sentido que pretendemos dar a ela, a razão não é o que nos dá as bases para definirmos se cremos ou não em determinada proposição. Vale lembrar que quando digo cremos não me refiro à religião, mas a toda crença que move nossas vidas ou define parte do que somos como sujeitos – o que engloba escolhas como ateísmo, filosofia de vida e até mesmo times de futebol.
A escolha de um clube para torcer, inclusive, ilustra com extrema precisão esta questão. Afinal, nunca definimos o time pelo qual torcemos pela razão; a escolha é sempre tomada no âmbito do sentimento, podendo ocorrer de forma lógica – quando o filho(a) torce para o mesmo time da mãe ou do pai – ou não – quando você simplesmente começa a gritar o nome do time na varanda de casa quando criança (algo que aconteceu comigo, por sinal).
Este mesmo problema também pode ser percebido nas relações amorosas. No amor não existe razão, não existe exigência lógica para a existência do amor. Não é de se estranhar, portanto, que mesmo a mãe do mais cruel criminoso continue amando o seu filho mesmo sabendo de tudo o que ele fez.
Mais interessante ainda é observar que esta mesma questão também está presente no âmbito intelectual. Há um número enorme de intelectuais que se prendem a determinadas filosofias quase como se fossem religiões, acreditando fielmente naquilo que lêem ou aprendem. De fato, grande parte das teorias, especialmente as que se colocam como explicações para o mundo, possui uma retórica quase sem falhas; isto é, quase todas são logicamente aceitáveis e fazem total sentido. Logo, o que diferencia um “foucaultiano” de um “marxista” ou de um “hegeliano” é algo fora da lógica; alguma coisa que impele a pessoa a simplesmente acreditar em uma tese em detrimento das outras.
O que me chama a atenção, portanto, é que em meio às muitas teorias que tentam dar sentido à vida, possamos encontrar uma nova questão neste mistério que nos impele a acreditar veementemente em determinadas coisas por mais que outras façam tão ou mais sentido do que aquilo em que acreditamos. Esta é uma força que, sem dúvida alguma, não pode ser ignorada.
Por que acreditamos?
Essa talvez seja a questão que mais me incomoda no momento. Qual a razão para que acreditemos em alguma coisa mesmo quando a lógica nos diz que estaríamos errados? E por que às vezes não acreditamos quando esta mesma lógica nos afirma que determinado pensamento ou crença está logicamente correto?
O que quero dizer é que, em geral, quando o assunto tratado se remete a nossa vida, ao sentido que pretendemos dar a ela, a razão não é o que nos dá as bases para definirmos se cremos ou não em determinada proposição. Vale lembrar que quando digo cremos não me refiro à religião, mas a toda crença que move nossas vidas ou define parte do que somos como sujeitos – o que engloba escolhas como ateísmo, filosofia de vida e até mesmo times de futebol.
A escolha de um clube para torcer, inclusive, ilustra com extrema precisão esta questão. Afinal, nunca definimos o time pelo qual torcemos pela razão; a escolha é sempre tomada no âmbito do sentimento, podendo ocorrer de forma lógica – quando o filho(a) torce para o mesmo time da mãe ou do pai – ou não – quando você simplesmente começa a gritar o nome do time na varanda de casa quando criança (algo que aconteceu comigo, por sinal).
Este mesmo problema também pode ser percebido nas relações amorosas. No amor não existe razão, não existe exigência lógica para a existência do amor. Não é de se estranhar, portanto, que mesmo a mãe do mais cruel criminoso continue amando o seu filho mesmo sabendo de tudo o que ele fez.
Mais interessante ainda é observar que esta mesma questão também está presente no âmbito intelectual. Há um número enorme de intelectuais que se prendem a determinadas filosofias quase como se fossem religiões, acreditando fielmente naquilo que lêem ou aprendem. De fato, grande parte das teorias, especialmente as que se colocam como explicações para o mundo, possui uma retórica quase sem falhas; isto é, quase todas são logicamente aceitáveis e fazem total sentido. Logo, o que diferencia um “foucaultiano” de um “marxista” ou de um “hegeliano” é algo fora da lógica; alguma coisa que impele a pessoa a simplesmente acreditar em uma tese em detrimento das outras.
O que me chama a atenção, portanto, é que em meio às muitas teorias que tentam dar sentido à vida, possamos encontrar uma nova questão neste mistério que nos impele a acreditar veementemente em determinadas coisas por mais que outras façam tão ou mais sentido do que aquilo em que acreditamos. Esta é uma força que, sem dúvida alguma, não pode ser ignorada.

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3 Comentários:
Eis a questão! E por isso, acima de tudo, devemos ser muito honestos. Devemos buscar uma vida sincera, o que ajuda metade do caminho, a outra metade é colocar os meios para melhorar neste caminho até achar o que lhe parecer melhor, e sempre se está melhorando. Mas, enfim, de certa forma, nós temos que antes acreditar na razão, antes de qualquer coisa, e acreditando na razão podemos ser livre para acreditar em outras coisa, por meio dela. O que há é sempre um mundo e o dilema de 'fazer questão' ou não de vivê-lo como algo precioso, tranquilo, mas, ao mesmo tempo, muito sério, porque somos vidas, e estamos falando de vida e morte, de coisas que são muito fortes e valiosas. Mas é isso. Claro que o amor sempre é maior que a razão, sem dúvida. Mas também devemos saber que não é possível amar o desconhecido. Abraço!
ótimo texto, leo!
Se por amor ou por outra coisa a ser descoberta, fato é que o nosso poder de acreditar supera a razoabilidade e nos conduz quase por existências inteiras, de momento a momento. Até naqueles em que acreditamos ser preciso usar a razão, somos levados por rumos que desconhecemos sim. Acreditar que fazer um blog é possível, que passar no vestibular, optando por jornalismo e não direito, física ou engenharia...Assim seguimos na trilha da fé, acreditando que ela exista ou não.
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