assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Comentário: Continuando minhas postagens a respeito de Cecília Meireles, trago o poema "Retrato". Selecionei este por achar que ele também é crucial para compreender a produção da autora. Este poema traz a beleza característica de Cecília - um tom que, além de belo, é melancólico e que mostra também muito da visão feminina de mundo. Numa leitura dos versos, ao menos em minha opinião, ela revela um eu-lírico que tem de lidar com todas as pressões sociais ligadas à imagem que são colocadas sobre as mulheres. Enfim, vale a leitura e também a reflexão.
Editado - Confira uma visão sobre a obra de Cecília Meireles aqui.
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