(Não) Tenho medo do escuro
Por Igor Ventura
Amo a escuridão inerte
que vem logo me abraçar
seus braços
seus lábios
seu cheiro
seus medos
seus ares
meu lar.
Sua imobilidade me acalma,
me acolhe,
me aquieta.
Me cobre devagar,
me deixa leve,
me faz poeta.
Mergulhado,
nesse silêncio emprestado,
posso finalmente respirar.
Pois o peito é pesado,
me enlouquece,
nunca
para
de
gritar.
4 Comentários:
Muito lindo! Tem uma leveza que ao final se torna contraditória. Gostei muito. Parabéns Igor! =D
O que vem a seguir é um comentário em forma de poema-resposta-complemento:
(Não) Tenho medo (de tudo)
Na escuridão
tudo se move
devagar
enquanto no meu peito
o coração
dispara em sopros
de assombro
Não sonho
não
fecho os olhos
não
limpo o suor
frio
na testa
Não se sabe
se
em pleno sol
uma faca
brilhante
poderá ferir-nos
de morte
A luz
leva o medo
para fora
enquanto
a penumbra
encontra
em nós
o outro
em nós
Receio brincar
com esse sentido
de paranóia
receio que ele
brinca comigo
e que esse jogo
acaba no escuro
Legal. Gostei da idéia de um poema resposta, hahaha. Vou falar com o autor.
Muito bom
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