******************
Em espera
Zain foi jogado do alto de um prédio, mas, por algum motivo estranho, esqueceu-se de cair. Ficou ali, parado, congelado entre o décimo oitavo andar e a calçada.
As pessoas que passavam ficavam assustadas; como aquele homem podia ficar congelado no ar? Deveria ser algum tipo de show de mágica. Quem sabe não gravavam um filme ou um comercial?
Zain permaneceu estático. E ficou ali, sem qualquer movimento, por horas. Aos poucos, a aglomeração curiosa se cansou do espetáculo; e as pessoas voltaram aos seus afazeres. Zain continuava parado, no ar, entre o décimo oitavo andar e o chão; flutuava. Os passantes já quase não o notavam, uma vez que ele nem caía, nem levantava em um vôo surpreendente e sobrenatural. Ninguém dava atenção àquilo que ficava simplesmente parado, em posição de espera.
Nesta sociedade estranha, pensava Zain, quem não está em constante movimento se torna uma parte esquecida da paisagem.
4 Comentários:
Interessante, acho que vou começar a ler. Sem bem que a mensagem é bem atual mesmo.
Fico feliz que tenha gostado.
Forte... A carapuça serviu. Não sei se me condeno por me sentir parado entre o décimo oitavo andar e o chão, ou se condeno a ansiedade da sociedade capitalista... Carai, acho que a primeira opção é mais simples.
Gostei muito! Direto e ao mesmo tempo fazendo observar várias questões, não só a do movimento, como a questão das expectativas das pessoas sobre os fatos, bem, senti assim, muito bom!
Postar um comentário
Participe você também. Sinta-se convidado a postar as suas opiniões. Com a sua ajuda, o blog se tornará ainda melhor!